3º geração: a transição



A 3ª geração do Romantismo aconteceu de 1860 a 1870, foi aí que começou a acontecer uma transição para o realismo, pois houve uma aproximação com a realidade.
As características do romantismo foram se perdendo, o individualismo, o amor platônico e esse sentimentalismo foi se distanciando. Os exageros, o constante pensamento no Eu, as ações tomadas pela emoção, e todas as características típicas do romantismo foram dando espaço para uma aproximação da realidade, trazendo assim, um romantismo mais equilibrado.  A 3ª geração também é interpretada como geração pré-realista.

Seus principais representantes são João de Deus e Júlio Dinis.

JOÃO DE DEUS  

                                                                          
Em suas obras, é fácil perceber as caraterísticas do romantismo, porém, este se preocupa em não fazer uso do ultra-romantismo, fazendo com que as obras fossem equilibradas e realistas, mas românticas ao mesmo tempo. Sua principal obra é Campo de Flores, e apresentamos a seguir um poema desta obra:
SYMPATHIA

Olhas-me tu
Constantemente:
D’ahi concluo
Que essa alma sente;
Que ama; não zomba
Como é vulgar;
Que é uma pomba
Que busca o par!

Pois ouve: eu gemo
De te não ver!
E em vendo, tremo,
Mas de prazer!
Foge-me a vista...
Falta-me o ar...
Vê quando dista
D’aqui a amar!
JÚLIO DINIS



Este autor apresenta em suas obras um amor movido pela espiritualidade, pela pureza dos sentimentos e não conta com traços trágicos mais. Este, diferente de João de Jesus, trabalha aspectos diferentes em suas obras, pois nestas são possíveis de encontrar tensões sociais e conflitos que podem ser resolvidas pela razão, pela ciência e pelo trabalho. Há a idealização da mulher, tratando-a sempre de forma angelical, bondosa e de moral firme. 

E então começa a surgir uma racionalidade maior no movimento, que de pouco em pouco, vai fazendo uma transição para o realismo.

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